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André Martinho

Escritas sobre a busca por sabedoria, rumo a um ser humano melhor.

André Martinho

Escritas sobre a busca por sabedoria, rumo a um ser humano melhor.

Vale a pena votar?

Devemos dar motivos para que queiram voltar às urnas. Porque ano após ano votaram e nada mudou.

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Já não é novidade que o governo caiu. Confesso que acreditei que tal não aconteceria, pois achei que o Partido Socialista viabilizaria a moção de confiança por medo de ir a eleições. Enganei-me redondamente.

Após duas moções de censura reprovadas (sob o actual contexto da polémica da empresa de Luís Montenegro), faz pouco sentido terem reprovado uma moção de confiança (ainda sob o mesmo contexto) pois uma coisa é certa, ainda não houve nenhum indício de algo criminoso ou ilegal. 

No meu entender, esta moção de confiança equivale às seguintes perguntas: 

  • Confiam ou não confiam no governo? 
  • Se confiam, porque não viabilizam a moção de confiança?
  • Se não confiam, porque reprovaram as moções de censura?

No fundo, o governo só procura condições para poder governar. Posso estar a ser tremendamente ingénuo, mas uma coisa é certa, até à data, não se pode falar de ilegalidades ou de crimes, sendo a sede do poder da parte da oposição, algo um pouco mais tangível...

Eleições 

E assim lá vamos nós outra vez a eleições, num quadro especial, pois tínhamos em vista as eleições autárquicas lá para Setembro ou Outubro deste ano, e também as eleições presidenciais em Janeiro de 2026, para as quais os media estavam a dar mais tempo de antena sobre quem seriam os candidatos, candidatos esses com muito muito medo do Almirante Gouveia e Melo... Tudo isto, antes mesmo das autárquicas.

Com a queda do actual governo, temos eleições legislativas já a 18 de Maio para acalmar os ânimos das presidenciais de 2026.

Abstenção 

Sejam quais forem as eleições, a maioria será sempre do "partido" que ultimamente tem sido o mais votado, a abstenção, a qual deveria ter assento parlamentar. E vou mais longe que Rui Rio, de acordo com os resultados, se a abstenção fosse realmente respeitada, metade dos assentos no parlamento estariam vazios, e isto deveria ter uma consequência real.

Nas eleições legislativas de 2019, a taxa de abstenção foi de 51,4% (maioria absoluta), neste caso, Portugal deveria passar a ser governado efectivamente a partir de Bruxelas, pois isto é sinal mais que claro que os portugueses não confiam nos seus políticos.

Acho que esta é a melhor forma de respeitar a maioria do povo português, porque neste sistema eleitoral a abstenção favorece os supostos penalizados, e fazer da abstenção apenas um número sobre o qual se fazem notícias, e não respeitar a vontade da maioria que não se revê nesta classe política, não é democrático.

Admito que esta proposta de sermos governados efectivamente a partir de Bruxelas em caso de mais de 50% de abstenção, também não seja propriamente democrática, mas talvez seja a solução mais eficaz para o problema da abstenção.

Para efeitos de conclusão fica uma pergunta: 

Vale a pena votar?

Eu pessoalmente acredito que sim, por isso é que voto sempre em todas as eleições, porque tenho interesse na política, e porque o acto de votar concede-me voto em tal matéria.

No entanto, compreendo perfeitamente quem não vota, seja por não ligar, por não poder ou por não acreditar na política.

Em vez de julgar quem fica em casa no dia das eleições, devemos dar motivos para que estas pessoas sintam vontade de voltar às urnas para votar, pois ano após ano eles e elas votaram e nada mudou...