E novamente o vencedor foi...
As análises dos comentadores não são honestas, pois parecem querer tapar o sol com a peneira.
Vou tentar ser o mais sucinto possível.
Não tenho problema em revelar que votei na AD, como já revelei anteriormente num outro artigo, as minhas tendências políticas são de Centro a Centro-Direita. Mas apesar de ter ganho, estes resultados não me agradam.
Mesmo sem os resultados eleitorais provenientes do estrangeiro, podemos constatar que a história repete-se, e que o verdadeiro vencedor desta eleição é novamente a abstenção.
As análises dos comentários televisivos não são honestas na minha opinião, pois parecem querer "tapar o sol com a peneira".
Isto porque as análises são feitas como se os partidos que elegeram deputados, em conjunto, representassem 100% dos inscritos. O que é um erro.
Vamos falar de números:
- Dos 9.265.493 inscritos, só 5.965.446 votaram.
- Dos 5.965.446 votantes, 144.896 foram votos em branco e nulos, sendo que este número seria o suficiente para ficar à frente do Bloco de Esquerda, que recebeu 119.211 votos.
- A percentagem de votantes foi de 64,38%, o que significa que a abstenção foi de 35,62%, mais 3,52% que o vencedor das eleições, a AD.
- Somando os votos em branco (1,44%) mais a abstenção (35,62%), temos 37% dos eleitores que não se revêem em nenhum partido político, o que reforça ainda mais o verdadeiro vencedor, o descontente.
Estes números são extremamente importantes, e a comunicação social pouco ou nada fala neles.
Portanto. Eleições atrás de eleições, o verdadeiro vencedor é sempre o descontente que não se revê nestes partidos, qualquer interpretação dos resultados baseada apenas na percentagem que elege deputados, será sempre uma interpretação errada e enviesada.
E não adianta falar no Partido Chega como o partido dos descontentes, pois apesar do crescimento deste partido, nunca foi capaz de fazer com que a abstenção não fosse superior ao vencedor das eleições.
Chega!... de histórias da carochinha.