A Paixão de Cristo
Paixão de Cristo começa na entrada em Jerusalém, passa pela crucificação e termina na Ressurreição.
Hoje é Sexta-feira Santa, um dia importantíssimo para os cristãos em geral, e que faz parte da chamada Semana Santa.
Muita gente não sabe o real significado destas datas, principalmente as crianças que crescem a associar a Páscoa com ovos de chocolate, amêndoas, folares, etc. Tal como cresceram a associar o Natal com o Pai Natal, presentes, Bolo Rei e a um dia em que se pode abusar dos doces.
Portanto, é acertado afirmar que nas datas cristãs mais importantes, a sociedade substituiu Jesus Cristo pelo Pai Natal e pelo Coelhinho da Páscoa.
Se Deus escreve certo por linhas tortas, isto leva-me a crer que o Diabo escreve torto por linhas certas, talvez seja por isso que somos tão bem enganados, ou não seria ele o Pai da mentira, aquele que mente desde o início, desde o Jardim do Éden.
A Semana Santa
A Semana Santa ou a Paixão de Cristo, são os dias que vão desde a entrada de Jesus em Jerusalém, passando pela crucificação e terminando na sua Ressurreição.
Estes três eventos são celebrados primeiramente pelo Domingo de Ramos, a entrada de Jesus em Jerusalém; seguido da Sexta-feira Santa, a sua morte na cruz; culminando na Páscoa, a Ressurreição.
Esta é a semana em que Cristo começou a pagar por todos os nossos pecados. É também quando se confirma como sendo ele próprio, o cumprimento das promessas do Antigo Testamento.
O Antigo Testamento aponta para Cristo
Basicamente o Antigo Testamento são as promessas de Deus, sendo que Cristo nos deixou o seu legado, descrito nos Evangelhos do Novo Testamento, como o cumprimento dessas mesmas promessas.
Para não tirar o foco do tema deste artigo, mostrarei apenas como os três eventos que dão origem às celebrações desta semana santa, são cumprimentos de profecias do Antigo Testamento. Tal a importância destas datas.
A entrada triunfal em Jerusalém
De acordo com o Evangelho de Lucas 19:29-38:
E aconteceu que, chegando perto de Betfagé, e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos, dizendo: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei-o e, se alguém vos perguntar: Por que o soltais? Assim lhe direis: Porque o Senhor o há de mister e, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera e, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho? E eles responderam: O Senhor o há de mister e trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima e, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes e, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto, dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.
Este evento foi profetizado pelo profeta Zacarias em 9:9:
Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.
A crucificação
De acordo com o Evangelho de Lucas 23:22-33:
Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais sacerdotes, prevaleciam. Então Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam. (...) E quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus e seguia-o grande multidão de povo (...) E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos. E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
Este evento foi profetizado pelo profeta Isaías em 53:4-9:
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido e puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
A Ressurreição
De acordo com o Evangelho de Lucas 24:1-8:
E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas e acharam a pedra revolvida do sepulcro e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus e aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes e, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das suas palavras.
Este evento foi profetizado pelo profeta Isaías em 53:10 e 11:
Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.
O sacrifício perfeito
E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus. in Epistola aos Hebreus 10:11 e 12
Muitas outras profecias constam no Antigo Testamento, as quais apontam para Cristo, as suas obras e o seu derradeiro sacrifício. No entanto, se formos a Génesis, o primeiro livro da Bíblia, podemos observar não uma profecia, mas um acontecimento que certamente não é uma mera narração:
E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe e disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós. E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos. Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos e chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha e estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho; mas o anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.
Tem havido vários debates sobre a natureza do Deus da Bíblia, e esta história é das mais utilizadas para descrever o Deus Judaico-Cristão como um Deus tirano. Essa ideia é refutada com apenas dois versículos, sendo que um deles faz parte desta mesma história de Abraão e Isaque, e o outro do Evangelho de João:
E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos. in Génesis 22:8
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. in Evangelho de João 3:16
Que Deus tirano sacrificaria o seu próprio filho para salvar a humanidade? Não esquecendo que este era o plano de Deus após a queda do homem, pois como consta em Génesis 3:17:
maldita é a terra por causa de ti
Maldito não o homem, mas a terra. Então foi necessário um plano, plano esse anunciado ao longo do Antigo Testamento. Consumado no Novo Testamento em Jesus, como consta no Evangelho de João 19:30:
E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Por tudo isto, devemos devolver a Páscoa a Cristo! Para que as crianças cresçam com a lembrança do grande mestre, ganhando consciência da importância do significado destas datas e da verdade que elas carregam.